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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Arde a Chama em nossos corações!

O que move essa multidão de homens, mulheres e crianças ao redor das nossas tradições?
O que faz com que as multidões compareçam para assistir aos eventos e permaneçam, apesar do intenso frio e forte vento, até o final?
O que mantém a ordem e a harmonia quase religiosa entre todos: multidão, cavalarianos e inclusive os cavalos?
Constatei com alegria, que muito mais do que cultuar o passado rico da nossa história é a união em si, no Presente, o que transforma esses momentos em algo mágico.
Neste último sábado, dia 20 de agosto de 2011, ocorreu a abertura dos festejos Farroupilhas na cidade de Taquara,RS.

Uma organizada e linda festa, com público aproximado de 10 mil pessoas e 3 mil cavalarianos de todo estado.
O evento teve patrocínio de empresas e grande apoio do poder público municipal.
Quando recebi o convite da Comissão Organizadora da Chama Crioula 2011 para confeccionar um símbolo para o evento, sabia da grande responsabilidade, pois sei da importância do evento para todos nós. Ele ultrapassou os limites das entidades tradicionalistas, ganhando a admiração do povo gaúcho.Senti-me honrado, com a realização desta obra, principalmente em se tratando de evento grandioso da cultura do nosso estado.
A oportunidade de realizar esta obra surgiu pela crescente divulgação de meus trabalhos entre o meio gauchesco. O Monumento ao Payador Jayme Caetano Braun e a escultura de Sepé Tiaraju são admirados por muitos tradicionalistas.
Para idealizar a escultura símbolo, associei simplesmente o nome do evento "Chama Crioula" com o nome da cidade "Taquara", imaginei uma taquara em chamas, iluminando caminhos.
A mesma taquara que antigamente por estes pagos foi lança e hoje é balaio, transformada em tocha e servindo de luz para todos nós.
Para dar mais impacto ao símbolo, acrescentei um braço forte (inspirado na escultura de Sepé Tiaraju) porém com camisa arremangada segurando a chama.
A escultura saiu fielmente ao desenho e a maquete.
Toda feita manualmente, em concreto armado; com 2,65 m de altura e 350 kg.
Foi realizada em dois meses de trabalho.





















No ato inaugural estava presente o sr. Alcy Cheuiche, uma pessoa que muito prezo. A sua obra literária sobre a vida de Sepé Tiarajú é fundamental para nós são-luizenses, ela conta com detalhes a vida do filho ilustre de São Luiz Gonzaga.
São Luiz Gonzaga e as Missões estavam representadas no lançamento oficial dos Festejos Farroupilhas de 2011 através do Coordenador da 3ª Região Tradicionalista Sr. Salvador Gomes, do cavalariano e gaiteiro Ademar da Rosa, do representante do Atelier de Artes los Libres Arno Schleder; de Cássius Ribeiro e deste escultor.
Fomos acompanhando a comitiva da cidade de Itaqui.
Juntamente com professor Arno e Cássius Ribeiro, nos hospedamos excelentemente na residencia do Coordenador do evento sr. Aécio Gampert e família. 
Fomos muito bem tratados, por todos. 
Ficou em nós, uma impressão positiva da cidade, que se preparou para o evento e dos amigos que lá fizemos.
A organização do evento é algo a parte. Após meses de trabalhos intensos, culminou com êxito o acendimento da Chama. Inúmeros detalhes, chamaram minha atenção: desde a decoração das lojas e suas vitrines, até a limpeza imediata das ruas por onde passaram os cavalos, feita pela atuante prefeitura.
Acredito que um dos segredos do sucesso deste evento foi o apoio fantástico recebido pela administração municipal de Taquara. Isso confirmado pelos integrantes da comissão.
Que sirva esse belo exemplo para todos administradores deste Rio Grande.
A força turística desse evento é enorme e surpreendentemente ainda não foi positivamente explorada nacionalmente.
Se o MTG, os cavalarianos, as pessoas que dedicam parte de sua vida nessas demonstrações de amor pelas tradições, soubessem a força que têm, saberiam reivindicar uma maior divulgação por parte da grande imprensa.
Isso aconteceu em Recife com o Frevo, em Parintins com a Festa do Boi e São Paulo com seus rodeios. Nem cito Rio de Janeiro e o carnaval.
Chegou a vez dos nossos tradicionalistas começarem a divulgar seus feitos a todo pulmão. Não basta apenas pensar, há que fazer e não basta fazer há que divulgar.
Seguindo as normas, cumprindo as regras, não há o risco de desvirtuarmos nossas tradições, alguns temem isso quando se fala em grande divulgação nacional. O mundo precisa saber da nossa história, não queremos o orgulho cego que diga aos golpes de peito:"Ela é a melhor!" ; pois sabemos respeitar as demais, mas queremos mostrar que a nossa é sim: Riquíssima!
Fica aqui meus sinceros agradecimentos á população hospitaleira da cidade de Taquara.











Visite o site do amigo Paulo de Freitas Mendonça e saiba mais sobre a sua preocupação com a difícil e rara arte da Pajada.
http://www.nativismo.com.br/paulodefreitasmendonca/

















Visite o blog do grande Léo Ribeiro, é indispensável para aqueles que cultuam nossas tradições gaúchas.

http://blogdoleoribeiro.blogspot.com/


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Acendimento Chama Crioula 2011 em Taquara




Todo ano, aqui no Rio Grande do Sul, no mês de setembro ocorrem as comemorações referentes à Revolução/Guerra Farroupilha*
O símbolo sagrado para todos os tradicionalistas é a Chama Crioula Farroupilha
É ao redor dela que todas as nossas tradições são cultuadas.
Ela possui em sua essência o poder de evocar em todos nós gaúchos, um sentimento de amor e admiração pelas nossas raízes, nossa história e cultura.
Cada ano uma cidade é escolhida (em votação feita pelos CTGs*) para sediar a chama. E para lá se dirigem os cavalarianos de todas as cidades deste estado para pegarem uma centelha dessa chama e repassarem às suas comunidades e desta forma dar início nas comemorações da semana Farroupilha. 
O desfile do dia 20 de Setembro é o ápice de todas as festividades, mas é a chama viva daquele fogo que aviva em todos nós o amor por este chão.
Grande honra para mim foi ter sido convidado para fazer uma escultura para a cidade de Taquara (cidade sede deste ano) representando essa Chama Crioula.
O processo de criação, foi muito lógico: Uma "taquara em chamas", acredito que todos teriam a mesma idéia, nada poderia ser mais representativo para um evento onde o nome é "Chama" Crioula na cidade de "Taquara"(nome de vegetação caracteristica do nosso estado, vegetação esta, muito usada pelos nossos índios; antigamente nas suas lanças, hoje em seus balaios.)
A princípio fiz apenas uma tocha de taquara em chamas, mas ví que algo faltava e descobri isso ao ver braço erguido da escultura minha de Sepé Tiaraju. 
Uma tocha sozinha não teria a força que o evento merece.
Então fiz desenho de braço forte segurando uma tocha em chamas de taquara. 
O desenho foi plenamente aprovado pela comissão responsável pelo evento "Chama Crioula 2011".
A escultura propriamente dita, consiste em um braço forte de concreto armado com 2,65 metros e 350 kg, segurando uma tocha de taquara em chamas, como que representando um sol iluminador.

Esclareço, quase que enfadonhamente, esse processo todo, para que não paire nenhuma dúvida de onde me inspirei.
Li um comentário da semelhança dela com a tocha da estátua da Liberdade.
Acho isso injusto, pois deveria então ser parecido com o Colosso de Rodes, pois foi dessa grande obra do escultor grego Cares, que o autor da estátua da Liberdade, o francês Frederic Bartholdi se baseou... Mas não me inspirei em uma nenhuma delas.
É que qualquer braço levantado e ainda mais com uma tocha, sempre remeterá a lembrança de uma ou de outra.
Abaixo reproduzo o comentário, que apesar de poucas palavras achei interessantíssimo, pois faz refletirmos sobre nossa própria história farroupilha. 
Mais abaixo ainda, minha resposta:

Comentário:

"achei estranho o monumento, o braço da estatua da liberdade? o que tem aver com nossas tradições?"
Silvio!
Minha resposta:
Saudações sr. Silvio!
Lí seu comentário sobre minha escultura da Chama Crioula, no site TCA e não consegui postar resposta...
A idéia do braço forte segurando a chama em uma taquara, foi inspirada em minha outra escultura, a que homenageia a Sepé Tiaraju e que está aqui em São Luiz Gonzaga.
Não foi inspirada na obra do francês Frederic Bartholdi(o que fez e presenteou os americanos com a estátua da Liberdade), Bartholdi sim, segundo ele próprio, se baseou no Colosso de Rodes, estátua monumental do escultor grego Cares.
Bartholdi e o grupo idealizador da estátua da Liberdade eram todos maçons e tinham como meta propagarem os ideais maçônicos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade os mesmos ideais que nortearam Bento Gonçalves, Garibaldi e todos lideres farroupilhas, nossa história farrapa está cheia de simbolismos maçons, desde a bandeira até o hino.
Sua pergunta me fez refletir e ver sobre tudo isso, de que existe muita coisa em comum entre a Guerra Farroupilha e a estátua da Liberdade.
Mas não se preocupe pois não me inspirei nem no Colosso de Rodes, nem na Estátua da Liberdade, muito menos na Chama Símbolo de Volgrado(Ucrânia); a Chama Crioula de Taquara foi inspirada no filho ilustre de São Luiz Gonzaga chamado Sepé Tiaraju!
Outra obra minha é a homenagem ao também filho desta terra, chamado Jayme Caetano Braun ao qual tenho muita honra em ser seu primo 3º. Chama-se Monumento ao Payador, de seis metros de altura e convido a todos para conhecerem.
Visite meu blog e veja lá um pouco do meu trabalho: viniciusribeiroescultor.blogspot.com
Espero nos encontrarmos na inauguração da escultura no próximo dia 20, para conversarmos sobre esse fascinante tema.
Um forte abraço Missioneiro!
Vinícius Ribeiro-escultor




Logo farei postagem sobre a relação da estátua da Liberdade e a revolução farroupilha.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Farrapos

http://pt.wikipedia.org/wiki/Centro_de_Tradi%C3%A7%C3%B5es_Ga%C3%BAchas