Translate

sábado, 28 de agosto de 2010

Os mortos, querem VIVER!




Frequentemente ouço a pergunta:
"Por que esperar a pessoa falecer para homenageá-la? Por acaso os vivos não merecem ser homenageados?”
Há uma confusão nesta pergunta, que merece explicação:
O que não é permitido por lei (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6454.htm) é a homenagem de pessoas vivas em locais públicos federais.
Nos demais locais, os vivos podem e devem ser homenageados; claro que desde que mereçam tal distinção (e favor me procurarem para realizar a homenagem).




P
elo que sei, foram estipuladas em Atenas, na época da Grécia antiga, normas coibindo homenagens a pessoas vivas. 


Os grandes sábios da antiguidade tiveram que anunciar essas normas, para proibir absurdos...
No começo, as primeiras homenagens gregas eram dirigidas aos seus Deuses (Zeus, Atenas, Afrodite, Apolo...) com características puramente religiosas; mais tarde começaram a retratar seus heróis (semideuses, mitos: Héracles ou Hércules, Teseu, Perseu,...), exaltando seus feitos quase impossíveis, servindo como uma forma de inspiração a ser seguida; depois prestaram as primeiras homenagens a seres vivos, no caso os seus filósofos e matemáticos: luminares da sabedoria.

Após isso, aconteceu que certas pessoas influentes do meio político grego, resolveram encomendar imagens suas para "agraciarem" as ruas da cidade. 
Dá para imaginar no que virou Atenas... 

Ficou comprovado que nem todos merecem ser homenageados em praça pública.

Acredito que seja essa mesma norma grega: a do BOM SENSO, o principal freio para certos absurdos; pois a nossa lei brasileira, que é da época do governo Geisel (24 Outubro 1977) tem brechas que são constantemente violadas, nela fica proibida a aplicação de verba pública em homenagens a pessoas vivas, mas não proíbe de que particulares financiem a obra a ser inaugurada em local público. 
Óbvio de que, antes de tudo há o consentimento(autorização) do Poder público para que ela seja realizada.
Isso ainda acontece em várias cidades do nosso país. 


O
nosso ex-presidente da República Sr. José Sarney(atual  Senador), desde a década de 80 tem um busto em sua terra natal, homenagem de seus conterrâneos e outro no jardim dos Conventos, bairro do Desterro, centro histórico de São Luiz Maranhão, neste local será instalado um mausoléu/museu sobre a vida do ex-presidente... 


Mas parece que a ideia não foi bem aceita, veja aqui o que aconteceu com o local: http://www.defender.org.br/maranhao-escandalos-fazem-sarney-desistir-de-ter-mausoleu-no-convento-das-merces/.
Acredito que não seja esse o caso, mas quando as leis são suspendidas e o bom senso é posto de lado, mais cedo ou mais tarde a comunidade apela ao bom e velho Ministério Público.
 A homenagem em local público(praças, ruas, avenidas) é uma distinção dada a poucos. 
É a única que deve ser dada após a morte, sendo como um selo final que corroborará uma vida exemplar. 
Uma pessoa morta não corre o risco de denegrir uma vida bem vivida.
Homenagear grandes vultos não é fomentar o culto a personalidades, como pensam alguns, nem incentivar a adoração e ao endeusamento, como acham outros, mas sim deve servir de guia, como uma tocha, iluminando os caminhos das novas gerações.
Todos precisamos de nobres referências do contrário acabamos nos nivelando por baixo. Na escada descendente, os valores se invertem, a mediocridade e a banalidade passam a ser padrões de medidas, abrindo espaço para a intolerância e a violência gradativamente generalizada.
Sempre digo que: "Uma cidade que homenageia seus vultos culturais, têm o diferencial da sabedoria!"  
Neste aspecto, São Luiz Gonzaga, está dando um bom exemplo ao fazer reverências ao nosso poeta maior: Jayme Caetano Braun.

E o que dizer dos grandes exemplos humanitários? 
Dos Mahatmas Gandhis, das Madres Terezas de Calcutás espalhados pelo mundo??
Em todo lugar há grandes almas que dedicaram suas vidas pelo caminho correto...
Entretanto nessas questões de homenagens, existem exceções, casos que o apelo turístico justifica a homenagem mesmo em vida; são os casos das: “Super-Estrelas”.

Cito o exemplo do cantor multimídia Michael Jackson e de algumas estátuas suas espalhadas, chama atenção uma monumental de seis metros de altura, que está na cidade Suíça de Regensdorf (vide foto). 




Michael faleceu, inesperadamente, em 25 de Junho 2009, a escultura estava sendo feita há tempos e a comissão esperava sua participação na inauguração.
Ela foi inaugurada poucos dias depois da sua morte(03 de Julho de 2009).
Não preciso dizer que o local transformou-se em importante ponto turístico da Suíça. 



Aqui no Brasil cito como exemplo a estátua do Rei Pelé, no trevo de acesso a sua cidade natal, Três Corações, MG, de 18 metros de altura, feita pelo competente escultor Genésio Moura, vulgo Ceará.





Nestes casos as exceções trazem benefícios turisticamente importante; tola é a cidade que possui uma Super-estrela viva e ignora(conheço pessoalmente algumas).

Mas e para as demais pessoas??
E para nós, mortais normais?? 
Não merecemos homenagens? (medalha, medalha, medalha...)

Toda pessoa pode e deve ter uma escultura sua ou de alguém muito querido!
Para que isso aconteça, aconselho duas opções fantásticas:

1ª) “Bustos ou Estatuetas Personalizadas!”

A)Bustos: 
Podem ser coloridos ou envelhecidos.
Existe grande confusão de achar que busto é coisa apenas dos mortos...
Baita engano, pois um retrato em forma de busto é algo clássico, exclusivo, raro... 
Tal qual uma pintura a óleo! 
Quem possui um, tem em sua casa, uma peça de arte única.

B)Estatuetas: 
Estatueta é o nome dado a escultura menor que o tamanho natural(estátua é o nome dado a escultura igual ou maior que o tamanho natural).

A estatueta personalizada, retratando a pessoa ou alguém muito especial é uma lembrança eterna
Nela podemos imortalizar a nós mesmos ou nossos entes queridos, de corpo inteiro. 
Com a liberdade de escolha das vestimentas, posição e variedades de utensílios adicionados.

Exemplos:

Retratar alguém (ou a si mesmo) com fardamento do time preferido;
Com vestimenta da profissão: advogado, militar, médico, político, imprensa, etc.;
Com motivos gauchescos (com roupa e detalhes tradicionalistas);
Com temática histórica (medieval; grandes guerras; oriental; indígena; etc.);
Como personagem de história em quadrinhos (Superman, superpai, supermãe, etc.) e uma infinidade de combinações possíveis.

Isso é uma coisa que gosto muito de fazer: combinações para encantar aquele que encomenda um presente destes.
Já fiz centenas de estatuetas retratando pessoas, personalidades conhecidas e pessoas não menos especiais.
Lembro do caso de amiga que encomendou estatueta do seu esposo em uniforme do Grêmio, coloquei o número 1/2, pois sabia (e sei) que ele é péssimo jogador e fanático torcedor do INTER. 
Uma brincadeira que até hoje ele mantém na sua sala com carinho.(Abraço Mara e Mercino).
Muitas das estatuetas que fiz, não tirei fotos (algumas tirei, mas a qualidade ficou a desejar... máquina analógica antiga, sem zoom), muitas perdi.

O meu maior sentimento foi o de não ter batido foto(no dia, minha máquina estava sem filme de rolo)da estatueta que fiz para dona Vânia Bündchen, onde retratei sua filha Gisele Bündchen em pose Índia Guarany (a encomenda foi feita através da Galeria de Artes da minha amiga Márcia Bastos).
Enquanto não consigo fotos com Dona Vânia, para provar, fica apenas minha palavra(caso leia esta matéria, favor mandar uma fotinho D. Vânia)...


 
O que acho inédito no mundo das retratações é de que cada personagem retratado será único, com o estilo pessoal de cada artista



Se 10 artistas retratarem a mesma pessoa, ela terá dez trabalhos inéditos e diferentes, mas que identificam sua fisionomia. 
A liberdade artística, mesmo na retratação é a garantia de que a Arte é verdadeira! Isso chama-se criatividade.


Obs: Para visualizar esta última foto com maior nitidez, favor abrir em nova aba.

sábado, 7 de agosto de 2010

O Rei das Gaitas















Estive, semana passada, na terra da Xuxa, no mundo encantado dos baixinhos, revendo aquela que por dois anos também foi minha terra.
Morei em 1979 e 1980.
Período extremamente marcante para nossa família, de um lado pelas inúmeras festas que lá fomos, e a quantidade de amigos que fizemos; e por outro lado a perda de nossa irmã (aos 16 anos)em acidente automobilístico.
Sempre é bom rever Santa Rosa.
Desta vez, a trabalho,em missão secreta(ainda não possível revelar).
Depois, amadrinhado pelo grande amigo Leusin, fui visitar o quartel general do presidente do grupo Os Quarteadores, Laerte Ribeiro.
Os Quartedores é um grupo de fomentadores da arte e cultura gauchesca, anualmente reúnem-se para participarem do evento magno do grupo: A Quarteada; que consiste em festival gauchesco de músicas inéditas, produzidas no dia do evento com tema escolhido por sorteio. 
Este ano coube a mim produzir os troféus(vide foto).
Na casa do Laerte Ribeiro, funciona seu local de trabalho: conserto, reforma de gaitas, sanfonas, acordeons, bandoneons e tudo que tiver foles
Uma profissão rara na qual Laerte, exerce com maestria. 
Procurado pelos maiores músicos do estado, Laerte é como aquele médico especialista que consegue solucionar qualquer caso.
O seu domínio do instrumento vem desde a época que ele, juntamente com Gaúcho da Fronteira, Adair de Freitas, Nelson Cardoso, e seu irmão Calico Ribeiro, foram fundadores do grupo os Vaqueanos.
Natural da minha cidade do coração: Santana do Livramento(onde morei quase sete anos, na Fronteira da Paz), Laerte consegue com seu trabalho, manter viva a história da musicalidade gaúcha.
Revitalizados, esses instrumentos continuarão levando ao mundo as alegrias e mensagens dos nossos artistas.