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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Abrindo o Paço

Sepé Tiaraju no "paço" certo.

Em 2009 , nós do Atelier de Artes Los Libres, havíamos protocolado na Prefeitura de São Luiz Gonzaga, pedido de denominação do prédio da Prefeitura para Palácio Sepé Tiaraju.


O objetivo era de que todos os documentos oficiais contassem com a denominação no endereço.
Uma atitude simples, sem custos algum para o município porém com apelo turístico e cultural. 
Uma maneira também da cidade demarcar território antes que outros façam. 


Sepé Tiaraju é desejado por muitos... 


Duvida?? Veja aqui:
http://viniciusribeiroescultor.blogspot.com.br/2013/02/o-mito-acima-da-historia.html

A Prefeitura na época não deu nenhum parecer...

Passado seis anos depois do primeiro envio, recebemos comunicado da então assessoria da prefeitura, solicitando que reenviássemos o pedido, pois haviam encontrado o antigo em uma gaveta e o prefeito sr. Junaro Rambo Figueiredo(então diretor do Departamento de Turismo da Fundação das Missões) havia gostado da ideia. 

Desta feita o pedido foi com o aval do Conselho de Turismo. Onde a ideia foi levada a votação e aprovada pelas entidades presentes na reunião. A atuação do presidente Sr. Carlos Sidney Ferreira foi determinante para a aprovação(vide um pouco abaixo).
Concordamos com a sugestão do prefeito de substituir a palavra Palácio, por Paço. No fundo quer dizer a mesma coisa, porém amenizava qualquer maledicência dos gaiatos de plantão que nada entendem, nada fazem e tudo criticam.


Para nossa surpresa  o projeto de lei foi parar(a pedido) na Comissão de Bem Estar Social da Câmara Vereadores SLG, durante algumas semanas. 
Havia resistência com relação a figura de Sepé Tiaraju por pessoas influentes da cidade. Coube a Comissão resolver esse embate.
Enalteço aqui a figura do presidente ConTur SLG Sr. Carlos Sidney Ferreira que defendeu o pedido diante a Comissão, explicando que o mesmo havia sido aprovado pelas várias entidades que compõem o Conselho.
No final, não houve "Mal Estar" e  ficou aprovado pela 
Comissão de Bem Estar Social o pedido de denominar o prédio municipal da Prefeitura de "Paço Sepé Tiaraju".

Então o projeto foi encaminhado à Câmara de Vereadores, e finalmente a lei foi aprovada na sessão na do dia sete de Dezembro de 2015 por unanimidade(veja abaixo).  Atitude correta da parte dos vereadores em homenagear este líder simbólico, filho de São Luiz Gonzaga.












Na foto recebendo do Prefeito Junaro Figueiredo, cópia da lei.




Temos mais ações para realizar com relação a esse símbolo do Rio Grande do Sul/Brasil. Aos poucos faremos.


Grupo de amigos Defensores de Sepé São-Luizense e Missioneiro:
Da esq, para direita: José Renato Moura, Arno Schleder, Vinícius Ribeiro, Sávio Moura e Newton Alvim.









Um Mundo sem Cultura, é um mundo a caminho da barbárie e do extremismo.

Ela nos aproxima das alturas e nos diferencia das bestas.



Para saber mais sobre Sepé Tiaraju, clique aqui:
http://viniciusribeiroescultor.blogspot.com.br/2007/09/blog-post_14.html




segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A maior "Arte" de Noel Guarany










 
Inauguramos sábado último, dia 07 de Novembro de 2015, o Monumento em homenagem ao grande músico Noel Guarany.


N
oel é considerado uma das grandes fontes da arte musical  produzida no Rio Grande do Sul.



Um pioneiro da nossa musicalidade na região Missioneira do sul do Brasil, ao qual foi chamado juntamente com Jayme Caetano Braun, Cenair Maicá e Pedro Ortaça de Quatro Troncos Missioneiros(vide capa CD aqui ao lado) expoentes de um tipo de Canto que é a voz do gaúcho pobre e excluído, que conta a história, a vida e a alma da região histórica das Missões(a primeira região habitada desta parte do continente,desde 1626).


Disco que denomina "Os Troncos Missioneiros" produzido pela gravadora(USA Discos) ao qual Noel, juntamente com Jayme Caetano Braun, Cenair Maicá e Pedro Ortaça, prontamente concordaram em participar.
 



O primeiro contato que a maioria de nós, tivemos com a rica história das Missões, foi através do canto dos artistas! Aqui houve algo fantástico e estes homens traduziram sentimentos, ensinando a todos nós a conhecer e por consequência amar nossa história. 
Noel Guarany foi genial e genioso, característica comum daqueles que enxergam a vida do alto das copas das árvores...
Genial porque estava anos na frente dos demais e genioso por ser incompreendido, por causa deste caminho ser no fundo, difícil e solitário.




O Monumento e a bela Praça em sua homenagem foi todo construído com doações voluntárias dos inúmeros admiradores de sua obra.
A campanha foi feita pela Confraria do Icamaquã, entidade cultural da cidade de Bossoroca e o segredo maior do sucesso alcançado foi devido a credibilidade dos seus componentes.
Provando mais uma vez, tal qual fizemos aqui em São Luiz Gonzaga, na construção do Monumento em Homenagem ao poeta Jayme Caetano Braun, de que a Arte tem o Poder de Unir os Povos.



Não há nela dinheiro público investido. 
Houve sim a doação do terreno e o apoio logístico importante da prefeitura.














No meu pronunciamento ocorrido em reunião que houve na Câmara de Vereadores de Bossoroca(no início do ano), para tratarmos dos primeiros passos da homenagem, disse a seguinte frase:
"O Monumento do Noel Guarany poderia ser realizado em qualquer cidade do Rio Grande, mas apenas em dois locais ele seria perfeito: Em São Luiz Gonzaga ou Bossoroca! Antes da Bossoroca escolher Noel, Noel escolheu a Bossoroca primeiro!"

Ele sempre teve carinho pela cidade de Bossoroca.
Tive dúvidas com relação ao local de seu nascimento, não que isso queira dizer muito pois Aparício Silva Rillo nasceu em Porto Alegre e deixou seu coração em São Borja-RS...
Cenair Maicá nasceu na localidade de Águas Frias no interior do atual município Novo Machado (anteriormente era Tucunduva-RS e na época de seu nascimento pertencia a Santa Rosa) e encontrou seu caminho ao conviver com os índios na cidade de São Miguel das Missões...


Dias desses, pessoa "muito próxima" de Noel, contou-me desta sua opção pela cidade de Bossoroca. 
Noel tinha mágoas de algumas pessoas (ditas importantes) de São Luiz Gonzaga, que ridicularizaram seu trabalho devido a demora do lançamento de seu primeiro disco, duvidando da existência do mesmo. 
Ser músico naquela época pioneira não era coisa fácil. 
Músico era sinônimo de boemia e vadiagem.
Imagino o que ele sentiu. 
A cidade de Bossoroca recebeu ele de braços abertos. Acreditando e apoiando ele sempre!

Por isso sua escolha em ser o cantor da Bossoroca e de ser enterrado lá.
Esta sua prova de carinho com Bossoroca foi a sua maior "arte", pois omitiu até na sua auto-biografia o local de seu nascimento...
Parabéns Bossoroca!
Família a gente têm, amigos a gente escolhe.
Noel escolheu vocês!


Repasso abaixo aos interessados a certidão e local exato de seu nascimento.
Sem nenhuma intenção de polemizar ou criar mal-estar.
Acredito que todos nós já somos maduros o suficiente para recebermos informações e não as reter, escondendo dos demais:













.  





A certidão foi gentil doação da Oficiala Registradora Sra. Ana Lúcia Da Cas, esposa do amigo Fabio Sauer Kreuz.



Visita sra. Neidi Machado Fabrício, viúva do Noel Guarany.















quarta-feira, 8 de julho de 2015

As duas Santas na terra da poesia

                                                                                  

Hoje, 08 de Julho 2015, aniversário morte Jayme(08/09/1999).

 Cruzei a ponte, passei donde era o bolicho, pela antiga Venda do Bonifácio em direção ao lajeado, me dirigia à Timbaúva...
Mais uma vez volto àquela terra, mais precisamente à fazenda
Santa Terezinha das Rosas da família Ramos.
Era aniversário da poetisa e prima Danci Caetano Ramos...
Aquele local é um dos "Nascedouros da poesia gauchesca!" Onde a vertente antiga e cristalina continua jorrando... 
Nela bebeu Jayme Caetano Braun durante muitos anos, principalmente quando desiste dos estudos do colégio Júlio de Castilhos(Julinho) abandonando Porto Alegre e decide morar de vez, na fazenda que ele tanto amava; na época do seu tio Danton Ramos.
Esta é a velha fazenda dos patriarcas da família Ramos: do casal João Silveira Ramos e Victória Rodrigues do Amaral Ramos. Calculo que a construção da fazenda seja de 1860/65. 
O casal João e Victória Ramos tiveram os seguintes filhos: Liberato, Laurindo(1870), Fernando, Manoel Barroso, Manoel Ozório, João Manoel, Florinda(avó materna do Jayme), Brandina, Antônia, Florisbela(minha bisavó paterna) e Carolina. Esta é considerada a primeira leva de poetas da família Ramos. Nascidos nos galpões da Fazenda Santa Terezinha.

 A fazenda  Santa Terezinha, ficou para o filho Laurindo Silveira Ramos
(veja aqui sobre esse poeta, coronel e revolucionário, importante figura da família Ramos:https://viniciusribeiroescultor.blogspot.com/2008/12/um-dos-inspiradores-de-jayme-caetano.html
Depois, o coronel Laurindo resolveu mudar para Itaqui-RS e vendeu a fazenda para seu cunhado Anibal Caetano, casado com Florinda Ramos Caetano(avós maternos do Jayme). 
Anibal e Florinda passaram a fazenda para sua filha Araci Caetano Ramos(Cecy) quando ela casou com Danton Victorino Ramos
A fazenda acabou ficando na mesma família pois Danton era filho de Laurindo Ramos(Araci e Danton eram primos), casamento de primos era algo muito comum naquela época...
 Jayme foi morar na fazenda Santa Terezinha em 1943, aos 19 anos, após abandonar os estudos de Porto Alegre e ficou lá até 1947 quando casou com Nilda Aquino Jardim. Veja aqui a entrevista onde ele fala a data que saiu do colégio:

Nesse período Jayme conviveu diariamente com o centenário hábito de recitar poesia da Família Ramos, que ele já conhecia desde pequeno, pois todas as suas férias escolares ele ia para lá imediatamente.

E
ste hábito, que pelos meus cálculos têm quase 150 anos, persiste até os dias de hoje, são várias gerações fazendo versos.

Faz algumas décadas que a fazenda Santa Terezinha foi herdada pelo sr. José Jesus Caetano Ramos, o "seu Juca Ramos" como é popularmente conhecido, pessoa querida e muito respeitada na região. 
Seu Juca, filho de Aracy e Danton, persiste como um pau-ferro, uma tronqueira, avivando o fogo centenário das gerações de poetas que dali saíram. 
Os encontros poéticos continuam em datas festivas, como no 30 de janeiro(data nascimento do Jayme) e outras tantas. Sempre é uma alegria visitar aquele templo da poesia, tanto pela magia que emana do local como pela calorosa recepção, marca característica de seus anfitriões.  
Todos os anos, em várias ocasiões, peões e patrões, doutores e assalariados sentam-se lado a lado sem distinções de posses, títulos ou mestrado.
São movidos pela amizade e pela força do hábito de ouvir e recitar poesias.
No final desta postagem, há fotos de algumas vezes que lá fui; há vídeos também, escute e sinta!

As duas Santas na terra da poesia que refiro, são os nomes de duas das mais importantes fazendas históricas da região: Santa Terezinha e 
Santa Catarina. Próximas 3,5 km uma da outra. 
As duas fizeram parte do surgimento da poesia, na vida de muita gente!
A  fazenda Santa Catarina, onde Jayme nasceu, também realizava nos galpões, seus ensaios, como um palco de treinamento onde parte da família se preparava para o palco principal que era a Santa Terezinha. Sei disso pelo meu avô Anajande Ramos Ribeiro que lá morou, na casa dos seus tios Anibal e Florinda. 
Meu avô era da família, porém só aprendeu a fazer versos porque foi morar lá e foi assim que conquistou minha avó(dito por ela mesmo) Vidalvina Antunes Ribeiro; me disse que tinha um outro pretendente, com posses até, mas foram os versos dele que ganharam a simpatia e depois o coração dela. O velho não tinha posses mas tinha versos. Aplicou a conversa na vó...
Resumindo: as duas fazendas com nomes de santas cultivavam esse bonito hábito de falar em versos rimados, Jayme conviveu e conheceu as duas, a mais antiga Santa Terezinha, a pioneira e que nunca parou e a outra, a Santa Catarina onde ele nasceu. 

Jayme cresceu vendo seus parentes mais velhos fazendo versosdesde criança aprendeu a pensar em forma de versos e por algum motivo se encantou com isso. Esse encantamento, essa alegria fez ele buscar sempre mais. Não havia a competição, havia  o brilho nos olhos em querer mostrar aos demais familiares que ele também sabia fazer versos bonitos. 

No fundo, cheguei a conclusão que são os bons hábitos que moldam positivamente as pessoas, uma criança, um adulto, que aprenda a se expressar em forma de versos, verá o mundo com outros olhos. 
Não foi apenas o sobrenome que transformou a família Ramos na "Família dos poetas!" foi a magia daquele local, de manter por mais de século uma arte tão encantadora.


Nesta visita última visita,  presenciamos novamente um festival de emoções! 
A comida excelente, a carne imbatível! 
Quem nunca provou uma ovelha dos campos finos da Timbaúva não conhece o verdadeiro sabor do Rio Grande!

Mas o principal foi a tertúlia poética e musical! Arrepiante! 

Abaixo vídeos Danci Ramos e José Dirceu Dutra declamando e no final foto do pajador Orci Machado emocionando os presentes com sua poesia.



Danci Ramos declamando.



José Dirceu Dutra, o poeta Miguelino, declamando.



 







Orci Machado emocionado declamando...






D. Gelsa Ramos de Morais declamando,
fazenda Santa Terezinha-Timbaúva(2009)



No meio do evento recebo uma notícia espetacular: na fazenda Santa Catarinafazenda onde nasceu e foi enterrado o umbigo do Jayme, o atual proprietário, o amigo Oscar Lourenço Vieira Pires, contou que recolocou as telhas da casa antiga. 
Ouve certa repercussão pelos tradicionalistas da capital, quando viram uma foto da velha casa com telhas de amianto(brasilit) ao invés das tradicionais telhas antigas. Ficaram tristes pelo ocorrido, pois isso descaracterizaria a casa onde nasceu Jayme.
Porém, Oscar, explicou o motivo: foi devido às inúmeras infiltrações, fez isso a pedido do caseiro, até conseguir pela região outras telhas semelhantes para substituir. 
Por esse motivo guardou empilhadas as telhas ao lado da casa e fixou as folhas do brasilit temporariamente, inclusive sobre uma lona preta, para solucionar o problema naquele momento.
Contou que conseguiu repor todas as telhas, dando aspecto igual ao original e melhor, pois agora sem goteiras e infiltrações.
Sei do cuidado que ele tem em preservar a história do local; Oscar e sua esposa Maria Tereza Cavalheiro Pires, foram um dos primeiros patrocinadores do Monumento ao Pajador de seis metros que fiz para homenagear ao poeta Jayme Caetano Braun. Naquela época ele já havia exposto algumas modificações que queria fazer no local para melhorá-lo, sem descaracterizá-lo.
Ouvir da voz dele essa história foi esclarecedor e tranquilizante; uma garantia de que a centenária fazenda continuará preservada.

Não pude ir no local tirar fotos para postar, estava chovendo na fazenda Santa Terezinha e elas ficam distantes uma da outra 3,5 km. Quando notamos estava na hora de vir embora e tarde demais par ir no local. Pedirei para ele mesmo mandar uma foto atual.



Quer saber mais sobre esses temas? Clica aqui vivente:http://viniciusribeiroescultor.blogspot.com.br/2007/09/blog-post_7622.html

Quer saber por quê Jayme nasceu na Timbaúva? Clica aqui e fique sabendo:
http://viniciusribeiroescultor.blogspot.com.br/2008/05/breve-histrico-de-jayme-caetano-braun.html

Quer saber mais sobre esse local e a origem da veia poética do pajador Jayme Caetano Braun? Então clica aqui:
 http://viniciusribeiroescultor.blogspot.com.br/2009/07/10-anos-de-distancia.html  

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Despedida aos Gaúchos e Gaúchas de todas as Querências


 Surpresa na notícia da morte, na noite de ontem 24 de Junho 2015, do tradicionalista Antonio Augusto Fagundes, mais conhecido por nós gaúchos como Nico Fagundes.
Filho de Alegrete, expoente da cultura tradicionalista no meio televisivo. O programa Galpão Crioulo esteve em todos os lares do Rio Grande e continua a décadas no ar.
Em respeito a admiração que ele tinha por meu trabalho, reproduzo as palavras dele aqui abaixo:











Aqui ao lado, Nico juntamente com sr. Elói Guimarães e eu na inauguração da primeira estátua que fiz em homenagem a Jayme Caetano Braun localizada em Porto Alegre na data de 02 de dezembro de 2006. 



Clique aqui para saber mais sobre a inauguração desta escultura:
http://viniciusribeiroescultor.blogspot.com.br/2007/09/blog-post_7549.html






Para saber mais sobre qual importância de Nico Fagundes na cultura gauchesca, favor clicar aqui:
http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2015/06/veja-o-legado-de-nico-fagundes-na-academia-na-musica-no-cinema-e-na-tv-4788680.html

domingo, 19 de abril de 2015

Sepezinho em quadrinhos!!






Na data de hoje 19 de abril 2015, dia em homenagem ao Nativo Selvático(pra não dizer índio), divulgo as novidades referentes ao Sepezinho "O Pequeno Guerreiro".



 

Juntamente com meu amigo e parceiro de Artes Sávio Moura, registramos (veja registro em anexo) o personagem Sepezinho no Registro de Direitos Autorais Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ.
Nosso objetivo é contar a vida de Sepé Tiaraju no período que morou aqui em São Luiz Gonzaga desde o nascimento até seus dez anos de idade quando foi para a redução de São Miguel.
Logo lançaremos a 1ª história em quadrinhos contando suas aventuras neste solo São-luizense.

Clique aqui para ver os trabalhos deste grande artista(desenhista, cartunista e chargista) Sávio Moura:
 http://www.saviomoura.com.br/




















 




 Aproveito para mostrar como ficou minha nova maquete para o futuro monumento:
Sepé Tiaraju "O Despertar do Esplendor das Missões"








Esta nova maquete ficou mais imponente que a anterior, as pernas abertas na lateral deu mais firmeza e a boca gritando a frase "Esta Terra têm dono!" exemplifica um pouco o que foi seu sacrifício...






 

 



Será fixado(com as proteções Divinas) no trevo central de São Luiz Gonzaga, com seis metros de altura em concreto armado feito manualmente. Será o segundo monumento de antigo projeto que tenho para três grandes monumentos para São Luiz. Minha meta é para o próximo ano iniciar!













Aqui ao lado, as duas maquetes, a atual e a anterior.
















Para saber mais sobre o Sepé Tiaraju, favor clicar aqui:
http://viniciusribeiroescultor.blogspot.com.br/2007/09/blog-post_14.html

Para saber sobre a estatueta que fiz do Sepezinho(em 2012) favor clicar aqui:
 http://viniciusribeiroescultor.blogspot.com.br/2012/02/sepezinho-o-pequeno-guerreiro.html




quinta-feira, 19 de março de 2015

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Sepé e seus irmãos


“CO YVY OGUERECO YARA”;
bradou Sepé, que subiu;
 a quinta estrela luziu
no cruzeiro e nos aclara!
Uma lança de taquara;
de lá, nos manda um chispaço;
de quando em vez, pelo espaço;
há um clarão na madrugada;
vejo em brasa a sua espada;
pelo calor de seu braço!
Orci Machado




Hoje Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, lei federal 11696/2008 de 12 de Junho de 2008.
Data em homenagem a morte de Sepé Tiaraju na data de 07 de Fevereiro de 1756.
A luta dos povos nativos(antes donos e hoje quase intrusos nesta terra) pelos seus direitos é antiga e de vez em quando surge um líder a frente de todos, como ponta de lança afiada.
Cada qual com suas situações e decisões, muitos são eles, abaixo cito alguns dos que admiro: 








Cacique e Xamã Oberá(Werá, luminoso em guarany)  
O Grande Profeta guarany
Lutou contra os espanhóis na região entre Argentina, Paraguai e hoje o estado do Paraná, com sua maior arma: Inteligência!




Após ser batizado, revoltou-se contra o sistema religioso e criou um próprio, com liturgia e teorias da criação.
Com seu discurso eloqüente, estimulou os guaranys a excluirem seus nomes de brancos e usarem novamente ao tembetá(osso cravado no lábio inferior) símbolo do guerreiro. Isso pelos anos de 1579.  
Intitulava-se um ser divino, filho de Deus com uma Virgem Guarany e vinha para libertar seu povo.
Incentivou aos guaranys a realizarem danças e rituais de guerra criados por ele ao invés de irem ao trabalho junto aos espanhóis dominantes: surgiam ali as primeiras manifestações de greve na América.
Seu filho Guayraró foi promovido a pontífice, com poder para trocar os nomes cristãos para nomes guaranys. Com isso restituíam a natureza original de sua gente. 
Sua mensagem viajou longe semeando novas idéias aos guaranys escravizados pelos espanhóis da América.
Foi perseguido e desapareceu sem deixar vestígios, sem nunca retornar. 
Dizem alguns estudiosos, que na mesma época houve movimentos semelhantes em outras tribos onde hoje é Peru e Bolívia...



Indio Poty(camarão em tupy), Filipe Camarão, foi chefe indígena que lutou contra a invasão holandesa junto com sua esposa guerreira Clara Camarão, organizando o éxercito indigena a serviço de Portugal na área hoje do estado do Rio grande do Norte.
Entre Holanda e Portugal, escolheu Portugal. Portugal era muito bom no papo e gostava de "misturar" as raças, se aproximando delas(até demais) isso deu maior intimidade com todas as tribos nativas brasileiras.
O Palácio da Prefeitura de Natal leva seu nome.
O Exército denominou a Sétima Brigada de Infantaria Motorizada como Brigada Filipe Camarão.
Há muitos estudos em relação a suas façanhas. 
Morreu em 1648 devido a ferimentos da Batalha dos Guararapes, da qual recebeu honras. Está ao lado de Sepé no livro dos Heróis da Pátria.







 
Chefe Araribóia(cobra das tempestades), tribo Tupy  comandou exército decisivo de mais de 8.000 índios em favor de Portugal para expulsar aos franceses  e anteriormente os holandeses, do atual estado do Rio de Janeiro. 
Mais uma vez Portugal mostra competência no diálogo...
Foi o fundador da cidade de Niterói -RJ, que eram terras suas "doadas" pela corte Portuguesa.
Em sua homenagem a sede da prefeitura foi batizada  de Palácio Araribóia. Assim como praça, esculturas e muitas homenagens. 
Foi nele que o escritor José de Alencar inspirou-se para escrever sua obra "O Guarani". Araribóia morreu em 1589.



Chefe Serigy tribo tupy.
Lutou contra a colonização portuguesa, rechaçando-a por mais de trinta anos, na localidade onde hoje é a cidade de Aracaju, capital de Sergipe.
Comandava tribo com mais de vinte mil pessoas. Seus guerreiros estavam sempre em constante alerta. Tipo cachopa de marimbondo.
Tinha o apoio dos franceses através de armamentos(nesta os portugueses perderam).
Morreu em 1590 vitima de longa batalha de mais de mês contra as forças portuguesas. 
O prédio da Secretaria Estadual de Saúde e Agricultura em Aracaju leva o nome de Palácio Serigy em sua homenagem. Lá há também escultura e muitos estudos referentes aos seus feitos.


Nestes exemplos  citados, cada líder atuava de acordo com a situação. 
Quando era apenas um invasor a resistência era direta e objetiva; Mas a medida que a "febre das Américas" foi despertando ganância$ foram vindo vários invasores: espanhóis, portugueses, franceses, holandeses...
Não havia como lutar contra todos e ao mesmo tempo, coube ao nativo escolher um lado. Acreditando nas promessas e lutando por elas.
Pouca coisa melhorou nestes séculos para eles, mas no tocante as promessas continua igual, talvez pior...


Sepé Tiaraju lutou com as armas que possuía, tentou de tudo em prol do seu Lar.  Não lutava por reis nem pelo papa, mesmo sendo religioso(pois foi alferes e corregedor real)
Acredito que aí está a chave secreta da existência do Tratado de Madrid, não era uma mera troca de terrenos, mas sim o medo das outras congregações católicas de que os jesuítas e Guaranis construissem não apenas um novo país, mas sim uma nova religião desvinculada de Roma.

Mas como vencer as duas maiores potências da época apenas com garra e coragem por muito tempo? 
Conseguiu por seis anos até 07 de Fevereiro de 1756.

Há quem critique seus métodos, alguns até sua existência.

Da minha parte ele é um grande símbolo!

A cidade de São Gabriel está fazendo mais uma vez a Semana em sua homenagem.Pois lá ele morreu a 259 anos atrás. 
Estão trabalhando cultura, história e turismo ao mesmo tempo. 
Um belo exemplo a ser seguido...

Aqui, São Luiz Gonzaga, onde ele nasceu, quase a totalidade dos veículos de imprensa da cidade esqueceram da data de hoje. (divulgaram na semana anterior as belas homenagens de São Gabriel).
Fomos salvo pelo grande Júlio Fontela!
Ouvi, como sempre, o programa Paisagem Missioneira , na Rádio São Luiz e valeu a pena. 
Júlio Fontela é um dos Defensores de Sepé e sabe da importância do legado histórico deixado por ele.

Mas nem uma simples nota referente ao dia de sua morte ou ao Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas...
Parece bobagem mas quando esquecemos do passado repetimos velhos erros e perdemos o rumo.

Dias melhores virão! 
Quanto a nós, temos novidades para logo, não agora...



Depois falarei dos grandes Andresito Guacurari(Andres Guaçurari) e o velho cacique Ñeçu.


Abaixo deixo o poema do professor, poeta e pajador Orci Machado em referência a esta data: Vale a pena ler!




CACIQUE SÃO- LUIZENSE
                I
Há Moaciris florisiensis*
falando  em lenda e em mito;
por isto, então, prendo o grito
com meus irmãos São- Luizenses.
A história só pertence
a quem, no mais, quis fazê-la;
não a quem quis distorcê-la;
com zunzum de mamangava;
que, enquanto se pelejava;
andava a contar estrelas.
                II
Quem não conheceu Sepé
e não viveu a seu tempo;
não enfrentou contratempos
consigo, calçando o pé;
naquele grito de fé;
com ele não conviveu;
que respeite o feito seu;
como guardião missioneiro;
valente, líder, guerreiro
que, nosso chão, defendeu!




                III
Nascido em São Luiz Gonzaga;
no coração missioneiro;
em meio àquele entrevero
que o tempo jamais apaga!
Se alguém ainda indaga,
respondo neste momento;
deixo aqui o depoimento
de um ordenança aprendiz;
Sepé nasceu em São Luiz,
foi aqui seu nascimento!
                IV
Tinha chegado o invasor
para explorar o pago;
fazer aqui todo o estrago;
trazer genocídio e dor!
O cacique de valor;
legítimo rei do trono;
bradou então, com entono,
 com honra e com galhardia;
ecoando até nossos dias;
“esta terra aqui, tem dono”!





                V
Me encontrara em São Lourenço
e me levara consigo;
enfrentando o inimigo;
naquele momento tenso.
A mata era nosso incenso;
vida, tapume e escudo!
O inimigo era graúdo;
com pesada artilharia;
que a lança enfrentaria;
com valentia, contudo.
                VI
Esta é a nossa experiência
e não há quem a distorça;
mas se sabe, contra a força
nunca houve resistência;
mesmo assim, esta querência
 e seu povo guarani
ouve o eco guri;
que é cerne alma e raiz;
vibrando aqui de São Luiz
ao Cerro do Batovi!





                VII
Dali ao Caiboaté Grande
e à velha Sanga da Bica,
há um eco da história rica;
que preludiara o Rio Grande!
Não há, pois, quem nos comande
ou mude essa trajetória;
distorça ou desminta a história;
também, na luta, tombei!
Do espaço, um dia voltei;
pra defender-lhe a memória!
                VIII
Tombei três dias depois.
Caiboaté Grande, um lamento;
 com outros mil e quinhentos
que havia, além de nós dois;
com Ñinguirú também,pois;
o que mais se esperaria?
Contra toda a artilharia
invasora,mui pesada;
a flecha da nossa indiada;
eu sei, não resistiria!





                IX
De lança e espada em punho;
num barbaresco matiz;
esse filho de São Luiz
riscou, da história , o rascunho!
A poesia é o testemunho
disso tudo e estou pronto;
sem aumento, nem desconto;
desses instantes brutais;
pra quem quiser saber mais
eu contarei, ponto a ponto!
                X
Traído e atocaiado
na linguagem do armistício;
dando a vida em sacrifício;
pelo seu torrão amado!
Não fora canonizado
por descendentes de atrozes
perseguidores, algozes;
que o seguiam ato a ato.
É rei e Santo, de fato;
no aval de milhões de vozes!





                XI
“CO YVY OGUERECO YARA”;
bradou Sepé, que subiu;
 a quinta estrela luziu
no cruzeiro e nos aclara!
Uma lança de taquara;
de lá, nos manda um chispaço;
de quando em vez, pelo espaço;
há um clarão na madrugada;
vejo em brasa a sua espada;
pelo calor de seu braço!
                XII
Do lunar da sua fronte
fez o S da sua espada.
“ Sua marca consagrada”;
que alumbra o novo horizonte!
E a fonte? Eis aqui, a fonte;
tenho dito e assinado;
quem quiser ser informado
e sendo índio de fé;
a respeito de Sepé,
pergunte ao Orci Machado.
 *Denominação usada pelo autor para identificar membros de um grupo de “historiadores” que ousou chamar os farroupilhas de abigeatários;  alguns até chegam ao absurdo de afirmarem que Sepé Taraju é um mito ou uma lenda. Quanto à expressão prender o grito, já a definimos em outra oportunidade.
SLG11/01/2015
Orci Machado                      
orcimachado@hotmail.com