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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Quem Matou Sepé?







Hoje, na data da morte do Grande Sepé, senti necessidade de contar aquilo que penso, e defendo, sobre a sua morte.
 

Há muita coisa medonha por detrás do tratado de Madrid, já falei sobre isso em um poema (postado neste blog algumas vezes, clique na foto e leia agora).
Aos historiadores fica difícil aceitarem esta teoria, por falta de provas( dizem); mas da minha parte não tenho dúvidas sobre quem estava comandando as mãozinhas dos soberanos que assinaram este tratado.
Quando os Jesuítas vieram para as Américas, numa estratégia de expansão da fé, temendo a reforma, não pensavam jamais em encontrar um povo com a característica principal do povo Guarany: A crença na "Terra sem Males!"
Foi precisamente esta crença que alicerçou as Reduções Missioneiras, sem ela nada seria possível; em cima dela, sabiamente, trabalharam os padres. 

Houve muitas perdas para os guaranys:anulação de suas tradições, adormecimento de sua cultura; mas mesmo assim índios e padres caminharam juntos e o horizonte da prosperidade foi surgindo naturalmente...
Os jesuítas são um capítulo a parte: inteligentes, disciplinados e principalmente determinados; sempre foram visto com certa cautela pelos seus co-irmãos de outras ordens(lógico que nos dias atuais isso não ocorre mais...).
A cautela é prima do ciúme, o ciúme é irmão da maledicência...
Enquanto viviam no domínio espanhol distante do império de Portugal, havia certa normalidade entre as congregações. 

Mas quando houve a proximidade com o império português, as nacionalidades diferentes fizeram exaltar sentimentos de rivalidade, até então toleráveis entre as congregações de mesma lingua...
E nasceu o temor
Temor pela prosperidade alcançada nas Reduções.
O temor transformou-se em medo

Medo pela ordem a ser perdida, pelo controle a ser disperso.
E aqui vem a chave mestra de todo o absurdo do Tratado:" Medo, terror, assombro!"
Não da nova nação, próspera e poderosa, que aqui estava sendo levantada, mas sim pela nova Religião que indubitavelmente acabaria nascendo; uma Religião Cristã totalmente desligada dos caminhos de Roma.
Isso seria inadmissível, mas acima de tudo: insuportável.
Talvez isto explique o porquê da intransigência do tratado, de não darem direito algum de defesa aos povos Guaranys e nem aos padres jesuítas.
Talvez com isto seja mais fácil compreender o porquê da total omissão de Roma

A poderosa Roma que se fosse sua vontade, num estalar de dedos tudo resolveria...
Sepé tornou-se guerreiro pela necessidade da situação; no seu exemplo da barreira viva, lutou com suas armas: inteligência e amor aos seus.
É isso que encanta todos nós, pois a defesa é um direito de todo ser humano em qualquer plano.
Quem matou Sepé?
Os Dragões do Rio Pardo?(atual 4º RCB Dragões da Independência, aqui de São Luiz, onde eu servi) 
Os soldados e o governador de Montevidéu? 
O Rei de Portugal? Da Espanha? 
Roma e sua rede de ciúmes?

Só posso dizer uma coisa:
Ficou como missão nossa, são-luizenses, prestarmos uma homenagem merecida a este filho ilustre chamado Sepé Tiaraju!
E ela se concretizará, com as proteções Divinas, na forma de um Monumento de seis metros de altura, feito a mão e em concreto armado, com início logo, logo...

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